Pacientes que vão a óbito vítimas do COVID-19 tem o protocolo de apoio à despedida
Entender o sofrimento das famílias com pacientes vítimas do COVID-19, foi o que levou os profissionais da Santa Casa de Valinhos que atuam no núcleo de segurança do paciente, envolvendo as áreas de psicologia, assistência social, a pensarem numa ação humanitária, para atender os familiares na hora da despedida do seu ente querido e tiveram a ideia de criar o núcleo de apoio da expressão da dor, já que essas pessoas não podem ter velório e todo aquele processo que envolve o momento da despedida com a presença do padre ou pastor e demais entidades religiosas para fazer a orações e todo o ritual de um velório.
A psicóloga da Santa Casa de Valinhos da Andreza Peixoto informa que quando o paciente vem a óbito, a notícia só é dada no hospital, a família é chamada, às vezes vem uma pessoa, duas, cinco e até 20 como aconteceu recentemente e foram acolhidos no auditório com todos os cuidados. “É um momento que ficam desestruturados”.
Pensando nisso, a psicóloga Andreza Peixoto, assistente social Marli Zanelato pediram o apoio da Capelania do hospital através do Padre Dalmirio Amaral da Paróquia de São Sebastião e entenderam que na Santa Casa precisaria criar um espaço para essa despedida, onde durante alguns minutos as pessoas pudessem dar adeus ao seu ente querido.
A Superintendência da Santa Casa, assim como a Gerência de Assistência entenderam a importância do trabalho e providenciaram a pintura do espaço, compra de um ombrelone para conforto das pessoas e todos os cuidados, com álcool em gel, lencinhos, água e orientações e cuidados para o momento.
O espaço foi montado na frente do necrotério, as pessoas podem chegar até a porta, fazer suas orações e para cada família é ofertada uma rosa simbolizando a partida.
Após esse tempo, a pessoa é encaminhada através do serviço funerário para sepultamento.
Essa ação de humanização praticada pela Santa Casa de Valinhos já tem repercutido positivamente. No primeiro paciente, que era um profissional que atuou na área da saúde, seu filho muito emocionado disse que seu pai deveria estar muito feliz com a homenagem que estava recebendo e para os familiares o sentimento era que estavam sendo acolhidos e respeitados. Num outro momento, uma senhora muito católica se postou na frente da porta do velório e ali fez as suas orações, aliviando minimamente o processo da despedida.
“Tivemos a preocupação com o local num espaço aberto, ao ar livre, com um pouco de conforto para os familiares” conclui a psicóloga.