Desde o início da pandemia da COVID-19, a Santa Casa de Valinhos vem adaptando suas instalações. Em março quando começaram a chegar os primeiros casos do coronavírus, o hospital tinha 28 leitos de UTI e atendia de cinco a seis pacientes com suspeita de COVID, mas o número começou a crescer, aumento verificado também no Pronto Socorro. “Procuramos informações e aprendizados sobre a doença e fomos fazendo as mudanças, os 28 leitos eram para todas as comorbidades, logo na recepção, separamos atendimentos de pessoas com síndromes respiratórias e outros problemas, evitando aglomerações e mais contágio, não tínhamos a completa expertise para lidar com o problema e fomos nos adaptando”, disse o Superintendente Fernando Pozzuto.
Nos meses de julho e agosto foi o ápice da pandemia chegando a atender de 37 a 42 pacientes na UTI, foi necessário transformar leitos da enfermaria em leitos de UTI. “Chegamos a ter 31 pacientes com COVID-19 e 11 de outras comorbidades”.
Setembro e outubro apresentou uma queda com uma média de 13 pacientes com COVID-19, também lembrando que comorbidades como diabetes, pressão alta e outras, tiveram uma demanda retraída e uma queda na procura pelo atendimento hospitalar por medo da Covid-19. “Em novembro percebemos um aumento de casos, a nossa UTI que precisou ser ampliada novamente para 36 leitos e desses, 17 a 21, eram ocupados por pacientes com a COVID-19. A situação hoje é de 23 leitos com pacientes com COVID e 15 com outras comorbidades, totalizando 38 leitos de UTI, se o número continuar a crescer, poderá haver um colapso pior do que foi nos meses de julho a agosto,” explica Pozzuto.
“A nossa UTI está sempre com ocupação máxima variando entre 95 a 100%, mesmo assim não deixamos de atender nenhum paciente, apesar de que em alguns momentos há necessidade de aguardar vagas devido o remanejamento da gestão de leitos. Hoje temos mais conhecimento sobre a doença e os protocolos de atendimento, nem todos com sintomas da COVID-19, após o devido atendimento, necessitam de internação e podem se restabelecer seguindo os cuidados e protocolos na própria casa”, lembra Fernando.
E o Superintendente lembra também que a Santa Casa teve muita ajuda com verbas parlamentares, de empresários e da população através do Fundo Cívico, mas não tem a certeza de que novas verbas virão ou se as empresas vão continuar ajudando da mesma forma como fizeram e o hospital precisa de apoio. “A saúde é cara, temos equipamentos de ponta, equipe de especialistas em todas as áreas, acomodações com padrões de hotelaria hospitalar, somos uma entidade filantrópica que atende SUS, convênios e particulares e sempre atentos, estamos ampliando a UTI de forma definitiva, e deveremos ter disponível para a população de 40 a 42 leitos, a obra está em andamento, com previsão de conclusão em julho de 2021, depois precisaremos equipar com monitores, camas elétricas e demais acessórios e sempre precisamos de ajuda”, diz Fernando Pozzuto.
Com a UTI ampliada, os leitos da enfermaria voltarão para o seu destino. “Precisamos ter uma Santa Casa bem estruturada para que as pessoas possam ser curadas. Até o momento, a Santa Casa de Valinhos foi uma grande retaguarda para o gestor público, para as operadoras de convênios e particulares que buscaram pelo nosso atendimento, somos uma peça importante da RAS – Rede de Atenção à Saúde, o nosso pedido é para que as pessoas se cuidem, evitem aglomerações, lavem bem as mãos, usem a máscara, álcool em gel, junto vamos vencer essa batalha”, finaliza o Superintendente Fernando Pozzuto.